quarta-feira, 24 de julho de 2013

A EDUCAÇÃO DO CACHORRO

Clínica Veterinária de Mangualde
             Dr. Benigno Rodrigues
              Dra. Sandra Oliveira







A EDUCAÇÃO DO CACHORRO

- A educação e a obediência do cachorro são importantes para o estabelecimento de uma relação saudável entre animal e proprietário. Constitui não só a garantia duma coabitação harmoniosa entre o cão, o dono e o meio ambiente envolvente como também, da sua integração na sociedade.
- A educação e a aprendizagem da chamada “etiqueta canina” deve começar logo a partir do momento em que o animal entra na nova casa. Tudo é novo e estimula a sua curiosidade. O cachorro cheira tudo e inspecciona cada divisão da sua nova casa, corre, brinca e ladra. Já está a aprender. Por isso é indispensável começar já a dar-lhe a conhecer as regras da casa e o seu lugar nela e não tolerar comportamentos indesejáveis que poderão ser mais tarde mais difíceis de corrigir.
- São muitas as coisas que o cachorro deve aprender para conviver na nossa sociedade, para o qual não está preparado. Ele não sabe que não deve morder, ladrar continuamente e comer tudo o que apanha.
- Tem de ter paciência para lhe repetir as mesmas regras o número de vezes que seja necessário, e ir com calma e moderação, sem o assustar com gritos, nervosismo e medo, premiando os comportamentos desejados e ignorando os indesejados. O cachorro não deve aprender e agir por medo ou por coacção.
O cachorro aprenderá que se portar bem tem prémio e com o tempo acabará por deixar os maus costumes.

- O cachorro não conhece o nosso vocabulário, assim quando queremos dizer-lhe algo, as palavras que utilizamos devem ser acompanhadas de uma linguagem corporal que indique ao cão o que significam. Juntamente com as palavras associe expressões faciais e/ou gestos que reforçam a compreensão do comando no cão, como por exemplo, dizer “senta” ao mesmo tempo que levanta a mão direita no ar (estimulo sonoro associado a estímulo visual).
- Utilize palavras curtas com sons únicos e num tom de voz apropriado, com firmeza, e sempre a mesma palavra para o mesmo comando, como por exemplo dizer “não” para corrigir ou “senta” para a obediência, com um tom de voz firme. As frases longas não têm sentido para ele.
- A educação deve ser um momento de lazer e diversão para si e para o cachorro e realizada por todos os membros da família.

  •   Como ensiná-lo a reconhecer o seu nome?

A primeira coisa que o cachorro deve aprender é o seu nome, e quanto mais cedo isso acontecer mais facilmente será memorizado.
Desde o primeiro dia da chegada á nova casa chame-o sempre pelo nome e se vier junto de si, felicite-o e recompense-o com uma carícia. Se demorar um pouco mais de tempo não o repreenda, senão da próxima vez que o chamar ele irá demorar mais tempo a reagir.


  • A higiene:

Nos primeiros 4 meses de idade, os cães não tem controlo total dos esfíncteres, por isso, não se assuste se o seu cachorro fizer as necessidades (urina e/ou fezes) em locais inapropriados. Ele precisa que o eduque a fazer nos locais desejados para o efeito e poderá fazê-lo logo desde o início da sua chegada a casa.
Se o seu cachorro se descuidou em casa durante a sua ausência, não o repreenda. A repreensão só será eficaz se o apanhar em flagrante. De um modo geral, os cachorros não são asseados, á excepção no local de descanso.


O que fazer para que faça as necessidades fora de casa?

Leve o cachorro com frequência, se possível com intervalos de aproximadamente 2 horas, e regulares ao local onde quer que ele aprenda a fazer.
Faça-o sempre a seguir às refeições, ao despertar e na sequência de momentos de brincadeira.
-Sempre que ele fizer as suas necessidades, felicite-o através do tom de voz ou de carícias.
-Se o cachorro começar a andar às voltas pela casa, como se estivesse a preparar-se para fazer as necessidades, espere que ele comece e de seguida, impeça-o erguendo-o no ar enquanto exclama a palavra “Não” com firmeza, e de imediato leve-o ao local desejado. Assim que ele tiver terminado as suas necessidades lá, acaricie-o e felicite-o.

  •  Ensinar a andar à trela:

- O ensino do andar à trela, á semelhança do treino de obediência, deve ser iniciado a partir dos 3 meses de idade. Quanto mais cedo o cachorro se habituar ao uso da trela, mais fácil será a aprendizagem.
- Deve começar com pequenas sessões em casa, mesmo antes de levar o cão à rua. Nestas sessões o cão será habituado à colocação e ao puxar da trela, com a utilização de reforços positivos (ex: carícias) para o encorajar.

O que fazer?

- Habitue o cachorro á coleira e, posteriormente inicie pequenos percursos dentro de casa com ele pela trela, diversas vezes ao dia e por períodos curtos de tempo;
- De seguida, deve aprender a caminhar com trela. Primeiro sente-o à sua esquerda (por uma questão pessoal poderá optar pela direita, desde que seja sempre o mesmo lado), depois dê a ordem para avançar e comece a caminhar;
- Segure a trela com folga e caminhe de forma normal, o cachorro deve caminhar junto a si, mantendo a trela com folga;
- Sempre que parar, mande-o sentar-se, recompensando-o com uma carícia;
- Se o animal puxar a trela diga “Não”, enquanto dá um puxão seco na mesma.

Nunca castigue o animal (por qualquer razão que seja) batendo com ele com a trela ou pouxando a trela, pois esta deve ser associada a um momento de brincadeira/prazer e não de punição/castigo.




  • Treino básico de obediência:

- Todos os cães, pequenos ou grandes, devem aprender uma educação básica, pelo menos, os comandos básicos da sequência: “Senta”, “Deita” e “Fica”. Esta ordem cronológica deve ser respeitada para que haja uma correcta aprendizagem pelo cachorro, ou seja, o dono deve certificar-se que a ordem anterior está perfeitamente adquirida antes de passar a ensinar a ordem seguinte.
Se o cão aprender estas ordens será muito mais fácil de o controlar, estabelecer uma relação e sobretudo que saiba comportar-se em cada situação, inclusive em caso de perigo.

 “Senta”: Enquanto exclama a ordem “Senta”, com uma mão exerça uma ligeira pressão sobre o dorso do cachorro, enquanto com a outra lhe mantém a cabeça erguida. Logo que o animal se sentar, felicite-o, acariciando-o enquanto menciona o seu nome.
 “Deita”: Comece por fazer com que o cachorro se sente e coloque-se de cócoras junto dele. De seguida, puxe suavemente as patas dianteiras para a frente enquanto dá a ordem “Deita”. Quando o animal estiver deitado, felicite-o fazendo carícias.
Fica” ou “Quieto”: Faça o cachorro sentar-se completando a ordem “Senta” com “Quieto”. Movimente-se alguns centímetros á volta dele e se ele se levantar ou o seguir diga-lhe “Não” e volte a coloca-lo na posição inicial, repetindo “Senta Quieto”. Á medida que o cachorro for evoluindo na aprendizagem deste comando, distancie.se cada vez mais.


- Como fazê-lo obedecer á chamada?

- Mais do que uma ordem, a chamada é um convite para o animal regressar para junto do dono, o que é útil em situações do dia-a-dia que possam constituir um perigo. A chamada deve ser relacionada com uma situação positiva como o receber carícias ou recompensas.
- De início, realize as sessões de treino dentro do perímetro de casa (ambiente familiar para o cão), antes de levar o cachorro para o exterior com uma trela comprida.
- Comece por associar a chamada à administração do alimento: uma segunda pessoa pode manter o cachorro á distância, enquanto prepara a refeição do animal. De seguida, chame-o pelo nome e diga “Aqui”;
- Pouco a pouco, à custa de carícias, felicitações e estímulos positivos, o cachorro percebe que ao escutar o comando “Aqui” deve regressar de imediato para perto do dono.

- O objectivo do treino de obediência é ajudar o cachorro a ganhar auto controlo e confiança e permitir ao dono gerir sem problemas inúmeras situações de maneio que aparecem no do dia-a-dia.
- O programa de treino do animal terá tanto mais sucesso, quanto mais cedo for iniciado, dado que na fase de crescimento existe uma natural e uma maior capacidade para a aprendizagem.


- Inicie os treinos com 3 sessões diárias de 5 minutos e depois poderá aumentar progressivamente o tempo e a dificuldade dos exercícios á medida que o animal vai crescendo. Os animais adultos são capazes de ser treinados com a mesma eficácia que os cachorros, apenas a velocidade de aprendizagem poderá ser menor. No caso dos animais com patologias comportamentais, em que a capacidade de concentração está normalmente afectada, a velocidade de aprendizagem também é menor.
- No início do programa de treino premeie o animal sempre que ele realiza o comportamento pretendido.

Reforço positivo: Os alimentos como os biscoitos para cão constitui a principal motivação para muitos cães, mas não são a única fonte de recompensa. Pode usar outras formas de recompensa durante o treino como dar atenção e realizar jogos e exercicios. Para determinados cães a atenção humana e os jogos são recompensas tão importantes como a comida.
- Para além do valor do alimento fornecido, o dono deve prestar atenção ao esquema de recompensa utilizado. Quando o animal já está numa fase avançada do programa de treino que realiza sempre o comportamento desejado após ordem, dever-se-á transitar para um sistema de recompensas intermitente, por exemplo, o dono passa a dar a recompensa 1 de cada 10 vezes que o cão obedece. Este esquema aumenta a motivação, porque o cão é incapaz de prever quando irá obter a recompensa e realiza este comportamento com mais frequência no intuito de a receber. Por outro lado, também reduz o risco de o comportamento desaparecer do repertório do animal, porque ele não consegue antever quando é que será premiado por uma nova manifestação desse procedimento.

  • Punição do cachorro:
- Quando o cachorro faz algo errado o castigo deverá ser instituído de imediato e se este for apanhado em flagrante. Os cachorros fazem associações directas, ou seja, tem pensamentos do tipo causa/efeito, pelo que a punição realizada a posteriori não fará com que este aprenda qual o comportamento incorrecto e qual o correcto. Além do mais, os castigos a posteriori podem provocar ansiedade ao animal pois este não compreende a sua atitude.

- É sempre preferível a recompensa por um bom comportamento ou o ignorar de uma reacção inesperada do que o castigo. O castigo deve reservar-se para as situações mais desagradáveis ou as que ponham em perigo o animal.
- O castigo pode ser directo, por exemplo agarrando-o pela pele do pescoço e sacudindo-o ligeiramente (reproduzindo assim o comportamento da mãe) ou batê-lo com um jornal. Nunca deve batê-lo com a intenção de o magoar.
- O castigo deve cessar logo que o animal evidencie uma postura submissa  (deita-se ou urina de medo).
- O dizer “não” ao cachorro quando faz algo proibitivo deve começar logo desde o primeiro dia da chegada á casa e deve ser associado a qualquer proibição, independentemente da sua natureza. Deve ser pronunciado num tom de voz firme e inequívoco sempre que o cão cometa uma acção proibida.

- Quando o dono pune o animal por uma asneira cometida e vê que ele faz um “ar de culpado” pensa que afinal o cão percebeu que fez asneira, e deve estar arrependido mas tal não é verdade.
Apesar do animal puder exibir aquilo que os donos descrevem como “ar de culpado”, quando a punição é deslocada no tempo, este não tem noção do erro cometido e todas as posturas corporais que apresenta são compreendidas pelo cão que o dono está desagradado com ele e prestes a repreendê-lo. Os castigos aplicados desta forma podem criar ansiedade ao animal, porque este não consegue compreender a ligação entre a acção indesejável e o castigo.

- Tem de haver uma coerência nas regras, com a prática de “nunca é nunca”, ou seja, se algo não for permitido ao cachorro (ex: acesso ao sofá ou quartos), tal não poderá ser permitido nunca, porque se o é umas vezes e outras não, o cão irá sempre tentar fazê-lo dado que não sabe se a resposta do dono irá ser positiva ou negativa e só depois o irá avaliar ao ser corrigido ao não.
Estabelecer rotinas e regras coerentes aumenta a possibilidade de o cachorro prever o que sucede no ambiente e é uma fonte de segurança. Um dos erros mais frequentes é pensar que só se trata de um cachorro e que podemos ser um pouco menos estritos com ele. Se morde ou rói algo achamos normal, pegamos nele ao colo, dormimos com ele, permitimos coisas que ao crescer não poderá fazer.
- O local de descanso, o chamado “ninho”, não deverá constituir o lugar de castigo, ou seja, o cachorro nunca deve ser mandado para lá após uma repreensão, pois deste modo, este será associado a algo negativo e poderá deixar de ser procurado para dormir.


Todas as indicações mencionadas devem ser consistentes e rigorosas, realizadas de forma idêntica por todos os membros da família e desde o primeiro dia do animal em casa,
 devendo ser mantidas ao longo do seu crescimento.


A mudança das regras faz com que o cachorro seja ainda mais desobediente (os donos habitualmente referem que “ele é muito teimoso”), faz com que o treino de higiene (o aprender a urinar e a defecar nos locais correctos) seja mais demorado e faz com que as chamadas “asneiras” sejam mais frequentes.  Isto acontece pelo facto de que o cão não entende porque antes podia estar/fazer/ter de uma determinada forma e de repente tudo muda.

-Uma vez que, cada cão é um caso único, se não souber como proceder para educar o seu cão, poderá recorrer à ajuda de profissionais. Em Portugal, existem inúmeras instituições que se dedicam ao treino de cães. Informe-se

Artigo escrito por Sandra Oliveira – médica veterinária (CP 4910)

 Clínica Veterinária de Mangualde
Av. General Humberto Delgado Nº 12 R/C Esq.
3530-115 Mangualde
 Telef.: 232.623.689

terça-feira, 23 de julho de 2013

CHEGOU O CACHORRO A CASA. O QUE FAZER?

Clínica Veterinária de Mangualde
             Dr. Benigno Rodrigues
             Dra. Sandra Oliveira






A CHEGADA DO CACHORRO A CASA. O QUE FAZER?

Por fim chegou o dia. Depois de muito deliberar em família todos os prós e contras e avaliar todas as opções, o cachorro chega a casa. Para ajudar o novo elemento da família na sua integração no novo lar, deve considerar as suas necessidades e proporcionar-lhe todos os elementos para que se sinta seguro.
Deve providenciar ao seu cachorro 2 locais diferentes e diferenciados: um local de descanso e um local para a alimentação, que têm de estar afastados o mais possível um do outro e feitos de material de fácil limpeza. Usar materiais laváveis para a cama e recipientes para a água e comida em aço inoxidável constituem a opção mais higiénica.

  •   Local de descanso:
O local de descanso serve para o animal se sentir seguro, para dormir ou refugiar-se quando quiser. Por isso deve estar colocado numa área calma da casa, evitar zonas de passagens ou locais com máquinas.

Nas primeiras semanas, este local de descanso deverá ser utilizado também como um “parque infantil”, ou seja, o cachorro deve ser deixado lá sozinho por períodos de tempo crescentes, mesmo quando existem pessoas em casa, e sempre que os donos se ausentarem. Nessas alturas, devem ser deixados lá brinquedos e extras/mimos alimentares (biscoitos ou alimento húmido) em pequenas quantidades, para que o cachorro se habitue à ideia da separação de elementos da família e que esses momentos sejam associados a coisas boas (reforço positivo).
Atenção, terá de ter o cuidado de não dar estes “mimos” exactamente no momento de se ausentar, pois isso irá reforçar exactamente o contrário, ou seja, a presença do dono passa a ter um valor excessivo e estar sozinho despertará sensações de ansiedade. Comentários e rituais de partida como dizer ao cachorro por exemplo: “o dono vem já” e/ou fazer festas e dar biscoitos no momento também reforçam a ideia de que o cachorro vai ficar só e abandonado.

Se o cachorro chorar ou ladrar constantemente enquanto estiver no parque/cama, não ceda á tentação de o ir espreitar ou mandar calar, porque senão o animal rapidamente vai aprender que obteve sucesso na sua chamada e passa a usar estes comportamentos para chamar a sua atenção. Mesmo que o castigue, a frequência e a intensidade desses comportamentos vai aumentar em situações futuras, pois para o cachorro é melhor ter a presença de alguém por perto do que não ter atenção nenhuma.

  • Local destinado à alimentação:
Seleccione um sítio onde colocar o comedouro/bebedouro e, de futuro, não os mude de posição.
Tenha atenção para não os colocar nos cantos das divisões, para que o cachorro não se sinta encurralado quando se alimentar e para evitar de futuro, comportamentos defensivos de tentar proteger a comida (causa comum de agressividade em cães).
O local destinado à alimentação (comedouro e bebedouro) deve estar longe do local destinado à eliminação de fezes e urina (resguardo e/ou folha de jornal). Se não o fizer o animal poderá não utilizar esse local para a sua higiene, achando depois o dono que o cachorro não aprende a urinar ou defecar no local correcto ou que é “pouco limpo”.

As refeições:

- A ração comercial é o alimento mais completo e ideal para administrar ao seu cachorro. A distribuição de guloseimas e/ou sobras das refeições alteram o equilíbrio nutricional proporcionado por uma ração de boa qualidade, podem prejudicar a saúde do seu animal, favorecer a obesidade e incentivá-lo a mendigar alimentos durante as refeições dos donos – acto completamente desaconselhado.

As refeições devem caracterizar-se por um código de boa conduta que uma vez respeitado, evitará bastantes comportamentos indesejáveis. Portanto: 
- O número de refeições diárias é de 3 vezes por dia até aos 6 meses de idade e 2 vezes por dia depois dos 6 meses e na idade adulta.
- Administre as refeições a horas fixas, no mesmo comedouro e no mesmo sítio, se possível, afastado do local de descanso.
- Deixe sempre um bebedouro com água limpa e frasca à disposição do cachorro.
- O cachorro deve ser habituado a comer sozinho, a fazer refeições e sempre depois da refeição da família ou em horários desfazados.  Assim, compreenderá quem é o “chefe”, pois é deste modo que se processa a hierarquia numa matilha.
Este ritual ajuda a regular o funcionamento gástrico e a que o cachorro compreenda a sua posição hierárquica inferior no núcleo familiar.

Para o cão, o alimento tem valor social, dado que, voltando aos seus antepassados, o cão alfa (o líder da matilha) para além de controlar a reprodução tem acesso primário aos recursos alimentares. O controlo da comida é um símbolo de posição alta na hierarquia, mesmo quando os recursos alimentares são abundantes. Portanto, o comportamento do cão de “pedinchar à mesa”, mesmo depois de ter acabado de comer, não acontece só por o cão ter fome ou apetite, mas serve para demonstrar que tem acesso aos recursos do grupo.

Os novos donos evidenciam sempre uma certa preocupação com o crescimento do cachorro e acreditam que um grande apetite é um indicador do bom estado de saúde do animal. Por isso, a ansiedade que sentem em relação ao apetite do recém-chegado leva-os a observar o animal enquanto este se alimenta. Infelizmente, este comportamento pode ser interpretado pelo animal como um sinal de ameaça, pressupondo que o dono pretende aceder ao alimento. Os cães mais inseguros podem sentir-se ameaçados ao ponto de se afastarem do comedouro ou, em alternativa, mostrarem-se agressivos em relação ao dono para defender a sua fonte de alimentação. Para além disso, o comportamento que permite um animal comer antes dos outros, enquanto estes esperam e vêem, também tem importância social (já que o resto da matilha espera e observa enquanto o líder come).


  • As suas primeiras experiências:
A adaptação do cachorro ao novo lar deve ser progressiva. Não se esqueça que quando chega, toda a vida que conhecia deixa de existir e é tudo novo e diferente para ele. Tem que lhe dar tempo para que possa inspeccionar o ambiente e fazer o que quer.
Durante o período de sociabilização (das 8 ás 16 semanas de idade) o cachorro deve habituar-se a estímulos e a situações que encontrará em adulto. Deverá assegurar que o cachorro experimente a sociabilização com membros da sua espécie, com pessoas e com outras espécies animais.

É importante apresentar-lhe a maior quantidade possível de estímulos, com por exemplo: crianças, bebés, pessoas de outras idades e condições, outros animais domésticos, diferentes ambientes, sons, cheiros, trovoadas, fogos-de-artifício, ruídos comuns da casa (aspirador, campainha, telefone), transportadora, etc. Quantas mais, melhor. Desta forma aprenderá a viver em sociedade e a evitar mais tarde problemas comportamentais.

- Os cães são animais sociáveis: tem necessidade de conhecer outros seres vivos e devem participar no maior número de actividades da sua família e amigos.
- Leve-o a passear a jardins e parques para que o animal descubra o mundo e se socialize de forma adequada procurando em simultâneo, respeitar os outros (passeio-o de trela em lugares públicos e recolha para um saco plástico os dejectos deixados).

 É fundamental não atrasar a saída do cachorro á rua para depois dos 3 meses (o período crítico de sociabilização termina por esta altura), porque pode ser prejudicial para o seu correcto desenvolvimento emocional e social. Para não haver risco de contrair doenças, já que por volta desta altura o cachorro pode não ter o programa vacinal completo, leve o cachorro ao colo para o meio exterior para que possa ver e relacionar-se com os ruídos, meios de transporte, pessoas e animais que vai experimentar mais tarde na sua vida.
 Um animal mal sociabilizado é susceptível de apresentar medo, insegurança e agressividade perante àquilo com que não teve contacto e isso afectar a relação com o dono e a família.
- Para que haja uma habituação, a exposição ao estímulo deve ser feita de forma gradual.


  •  Truques para superar a solidão/separação:
Os primeiros dias do cachorro na nova casa vão ser muito stressantes porque tem que se acostumar a uma nova vida e a uma nova família, longe da mãe e irmãos. Vai sentir-se perdido e em perigo. A solidão é uma realidade que o cachorro irá conhecer ocasional e regularmente e, por consequência, deverá estar preparado para a enfrentar.
Até se acostumar ao lar, convém que o cachorro desfruta da companhia e da presença do dono, sempre que possível, mas não é necessário uma atenção continuada. Antes dos 4 meses de idade não tente habituar o seu cachorro a passar muito tempo sozinho pois poderá originar verdadeiras crises de ansiedade.

Se o cachorro é muito pequeno ou chama muito por atenção pode ajudá-lo a superar a solidão com alguns truques:
- Pode deixar no parque de brincadeira/local de descanso uma botija de água quente e/ou um boneco de peluche, que simbolizam respectivamente o calor e a presença física da mãe e da ninhada. Ou, se for possível, traga algum objecto do criador, com um cheiro da mãe e coloque-o junto dele.
- Aproveite as ocasiões em que o cachorro está cansado para o habituar a estar sozinho.
- Progressivamente prolongue os momentos de solidão/períodos de ausência do dono para que se tornem uma prática natural que dispense rituais de despedida e reencontros exuberantes. Isto evita que, no futuro, o cão não mostre comportamentos destrutivos quando fica sozinho em casa.

  •  Como fazer com que não tenha receio da transportadora?

A transportadora deve ser sempre utilizada como veículo de transporte do animal nas viagens da família e nas idas ao médico veterinário e sempre que queira deslocar-se com ele nos transportes públicos. É um meio de transporte cómodo, barato e seguro.
Para evitar situações de ansiedade e medo sempre que quiser que o seu animal entre na transportadora, para ele, ela deve ser mais um elemento familiar. Recomendo deixá-la aberta na divisão onde está o cachorro, para que ele possa usá-la como um lugar seguro, um refúgio. Com este simples gesto, propiciamos uma melhor aceitação e a transportadora não é identificada apenas com as idas ao médico veterinário.

  • Como acostumá-lo à visita ao médico veterinário?
- Passeie com o seu cachorro perto da zona onde encontra-se a clínica veterinária e de vez em quanto leve-o para visitar o médico veterinário, sem ter de realizar nenhum tipo de intervenção que o assuste. Desta forma, acostumamos o cachorro a sons e odores novos sem necessidade de os associar a uma ameaça.
- Uma boa forma de criar uma associação positiva à consulta veterinária é oferecer ao animal alguns mimos/prémios na forma de pequenos biscoitos, enquanto está na clínica.
- Para acostumar o seu animal à manipulação e à observação clínica/exame clínico feita pelo médico veterinário, simule-a em casa manipulando a boca, as orelhas e o resto do corpo do animal.

  • Cuidados de maneio do cachorro:

A maioria dos rituais de maneio e higiene, como por exemplo: a limpeza das orelhas, o corte de unhas, a escovagem do pelo e a lavagem dos dentes são possíveis e facilmente realizados pelos donos em casa. Mas, à medida que o animal for crescendo, podem tornar-se momentos de stresse e mesmo de conflito entre dono e animal, culminando muitas vezes em situações de agressividade. Tal acontece porque a maioria das posturas por parte do proprietário são de dominância perante o cachorro e se, noutras situações do dia-a-dia de ambos, esta postura de dominância não for igualmente favorecida, o animal é exposto a uma situação de confronto.
Assim sendo, os objectos de maneio e higiene e os actos associados a tal devem ser utilizados no animal logo nas primeiras semanas em casa, mesmo quando não é estritamente necessário. Isso também ajudará à habituação por parte do animal à manipulação por parte do dono.
Dentro do mesmo contexto, a manipulação da boca deverá ser um ritmo habitual, o que permitirá também preparar o animal para a administração futura de medicação ou para actos de higiene oral como a escovagem dos dentes.
 Com frequência, acaricie o cachorro desde a nuca até à cauda. Desta forma, identificamos as zonas que mais e que menos gosta.

  • Brincar é Aprender!
Brincar significa aprender atitudes e comportamentos para a vida.  Brincar com o cachorro é também uma forma de educar, é a maneira mais simples do cachorro perceber o que queremos dele, e é um prazer partilhado por  todos.
O jogo fomenta a sua socialização com outros cães e pessoas. Através do jogo o cachorro aprende limites e normas, a controlar a força da mordedura, os latidos e impulsos corporais, a interpretar a linguagem corporal de outros cães e a expressar as suas necessidades.
É bom dar-lhe vários brinquedos diferentes, assim não se aborrece, mas confira que sejam seguros. Devem ser constituídos por materiais resistentes que possa morder sem desfazer-se e grandes para que não possa engolir, e sem elementos que se possam soltar-se ou sufocar-lhe. Evite dar-lhe para brincar objectos que não queremos que destrua, como o calçado, por exemplo.




(Continua na mensagem seguinte do blog  intitulada de: "A educação do cachorro")

Artigo escrito por Sandra Oliveira – médica veterinária (CP 4910)

 Clínica Veterinária de Mangualde
Av. General Humberto Delgado Nº 12 R/C Esq.
3530-115 Mangualde

 Telef.: 232.623.689

sexta-feira, 12 de julho de 2013

PREVINE O SEU CÃO DO GOLPE DE CALOR

ATENÇÃO:

NÃO DEIXE O SEU CÃO SOFRER DE GOLPE DE CALOR. 

PREVENIR  PODE SALVAR-LHE A VIDA.

- Num dia quente, com temperaturas no exterior por volta dos 22ºC, que para nós humanos é bastante tolerável, a temperatura dentro dum carro,  pode atingir os 47ºC, no espaço de uma hora.
- Os cães e gatos não suam como nós.
- Dentro dum carro, mesmo com as janelas abertas, o cão pode sofrer e morrer por excesso de calor.
- Não deixe que isso aconteça. Nunca deixe o seu animal de estimação sozinho e fechado dentro de um carro, mesmo que por breves instantes.
- Se vir algum cão nessas condições por favor alerte as autoridades.



Artigo realizado por Sandra Oliveira – médica veterinária (CP 4910)

 Clínica Veterinária de Mangualde
Av. General Humberto Delgado Nº 12 R/C Esq.
3530-115 Mangualde Tlf: 232.623.689

quarta-feira, 3 de julho de 2013

O QUE SABER ANTES DA DECISÃO DE TER UM CÃO COMO ANIMAL DE ESTIMAÇÃO


Ter um animal na nossa vida é muito gratificante, é um amigo que vai estar sempre ao nosso lado, que sem interesse nos espera, reconforta e acarinha, faz-nos companhia e deixa-nos muito felizes.
Um animal é um elo de ligação à natureza, e ajuda-nos a valorizar sentimentos muito importantes na vida como a amizade, a bondade, a disponibilidade, a dedicação e a reforçar o sentido de responsabilidade. É ainda capaz de se moldar ao nosso estado de espirito, podendo sempre contar com ele.
Desde o início da história da humanidade que o cão simboliza o conceito de fidelidade em relação ao Homem. Os cães são animais extremamente sociáveis e isto torna-os nos animais de companhia ideais.


Ter ou não ter?

A decisão de ter um animal deve ser um acto bem ponderado, pelo que o deve distinguir bem de um acto de consumo. Trata-se de um ser vivo com o qual se vão criar fortes ligações sentimentais e dependências.
Uma boa convivência com o seu cão implica conhecê-lo, educá-lo, amá-lo e respeitá-lo.
Conhecê-lo implica compreender o seu carácter como cão e saber prever as suas reacções.
Educá-lo significa mostrar-lhe qual o seu território, o que pode e não pode fazer. O cachorro deve reconhecer e respeitar o proprietário como seu dono, enquanto este deve reconhecer e respeitar a natureza do cão. O objectivo da educação do cão é desenvolver um animal calmo, sociável e que respeita as regras da casa. Para que tal aconteça, a frase chave é “pensar à cão” e não cair na tentação de achar que o cachorro é um bebé ou que o cão tem a mesma percepção do mundo que o ser humano.
Amá-lo significa dar-lhe afecto durante toda a sua vida além de comprometer-se a prestar-lhe os cuidados indispensáveis, como os cuidados de saúde, uma alimentação equilibrada e um espaço próprio para fazer as suas necessidades fisiológicas.
 Respeitá-lo significa ter em conta a sua condição animal. Actualmente tende-se a humanizar excessivamente os nossos animais, descaracterizando-os e tornando-os por vezes, inadaptáveis. Um cão não é um homem, não vive como nós e não come como nós. Não o devemos humanizar, mas sim respeitar o seu instinto e compreender as suas necessidades específicas.


Antes de ter uma animal de estimação, deve pensar se realmente tem condições para tal, pois só dessa forma se beneficia da sua companhia e se garante o seu bem-estar.


É importante ter em conta que a esperança média de vida do cão é aproximadamente 13 anos (dependendo da raça/tamanho) e que durante esse período, ele será completamente dependente de nós. Devemos por isso proporcionar-lhe um espaço adequado, tempo e disponibilidade, e ainda ter alguma capacidade financeira para garantir-lhe alimentação e cuidados médicos adequados.
O cão vai precisar que o leve a passear, independentemente se faça chuva ou sol. Convém levá-lo sempre de coleira e trela, eventualmente açaime, e se for para um local público leve sempre consigo um saco plástico para apanhar os dejectos. Assim, estamos a respeitar os outros e a contribuir para manter os nossos espaços públicos limpos e asseados.

Devemos ponderar também porquê preferir um cão invés de um gato, já que poderá não ser uma escolha acertada se por exemplo vive num espaço pequeno e saí às 7 horas da manha e chega a casa às altas horas da noite. Um cão necessite que o dono lhe dedique tempo de qualidade, de atenção e de brincadeira, tarefa que terá de fazer todos os dias, 365 dias por ano.



Logo, tenha em conta a sua personalidade, o espaço (ex: quintal), o tempo disponível, o plano para os períodos de ausência (férias), a disponibilidade financeira, a esperança média de vida do animal, e até experiências anteriores que tenha, na altura de decidir se quer ou não ter um animal de estimação. Perante isso, a escolha pode recair desde a um Yorkshire Terrier até a um São Bernardo, entre outras raças fantásticas, ou então porque não num “rafeiro” de porte médio, simpático e versátil?
Ter um animal em casa é bom. Quem resolve “viver” com uma animal tem de pensar bem nisto antes de o trazer para casa. Muitas pessoas não o fazem e por isso os abandonam. A prática de abandono representa uma falta de ética e moral e não deixa de ser uma forma grave de crueldade. Portanto, se ainda restar alguma dúvida depois de pensar bem nos concelhos aqui descritos, peço, por favor que não o tenham.

Que raça escolher?

Hoje em dia há algumas raças que são rotuladas conforme o seu carácter ou característica dominante. O Pastor Alemão é conhecido como obediente e bom cão de guarda, o Retriever do Labrador como afectuoso com as crianças, o Galgo como independente, e o Chihuahua é visto como um cão frágil. Apesar do seu carácter inato é impossível classificar um cão de forma categórica, por isso deve encarar estas ideias com algum cepticismo, não esquecendo que existem sempre excepções.


Há algumas raças, definidas por lei, que são consideradas potencialmente perigosas (veja no blog o artigo referente a este assunto).
A legislação que regulamenta as condições necessárias para a posse de cães de raças potencialmente perigosas é específica e deve ter conhecimento dela antes de pensar em adquirir um exemplar destas raças. Esta lei foi criada com o objectivo de tentar resolver os casos de agressividade associados a estas raças, e o perigo/ameaça que potencialmente representam para a população.
Até é compreensível o sentido objectivo da lei criada, mas, na minha opinião, essa simples designação de raças potencialmente perigosas, que inclui algumas raças de cães, não irá resolver o problema, pois mais cedo ou mais tarde outras raças estarão incluídas nessa designação. Pois todos os cães mordem e atacam, tendo em conta as circunstâncias e quanto maior é o tamanho do cão, mais grave e mais consequências sérias terá o efeito da sua mordedura. Portanto, deve pensar que todos os cães com mais de 15Kg são potencialmente perigosos.


O principal problema da agressividade não está nos cães ou na sua raça específica mas na educação que lhes é dada pelos proprietários. O importante é a população estar informada acerca de como adestrar o seu animal e reconhecer as suas limitações. Igualmente deve educar as crianças a lidar com os animais, e por vezes, se necessário recorrer a ajuda profissional (treinador canino), para evitar determinadas condutas anti-sociais e acidentes escusados.

Na realidade, a raça deve ser escolhida em função do papel que se pretende atribuir ao animal, tendo em conta o seu tamanho e peso. Por exemplo, é desajustado manter um Dogue Alemão fechado todo o dia num apartamento ou ter um Yorkshire Terrier a guardar uma quinta.
Qualquer que seja a raça escolhida dever-se-á ter sempre presente que um cão requer espaço, gosta de fazer exercício físico e que quer a atenção do dono em todos os momentos do dia.

Cão ou cadela?

De forma geral, as cadelas são mais calmas, meigas, e de tamanho mais pequeno que os machos.
As cadelas têm os cios mas se esta situação for um inconveniente para si, pode facilmente ser ultrapassada se for castrada.
Se pretender adquirir um segundo animal para fazer companhia a um que já tenha em casa, convém ter atenção alguns aspectos. Ter dois cachorros machos juntos pode fazer que quando atingirem a maturidade sexual, haja maior probabilidade de entrarem em rivalidade e lutarem-se entre si, em contrapartida, as cadelas costumam dar-se bem.

Onde adquirir?

             Existem vários locais onde pode adquirir um cachorro, desde a uma feira, a um vendedor particular, passando pelas lojas de animais e pelos criadores. Convém ter atenção que nas feiras não existe nenhuma garantia em termos de antecedentes do cachorro e será muito difícil voltar a encontrar o vendedor, caso o animal tenha algum problema.
Se pretende adquirir um animal de uma raça particular o mais indicado é dirigir-se a um criador a fim de obter mais informações sobre a raça e disponibilidade de ninhadas. Poderá obter as listas de criadores junto de associações de canicultura, em clínicas veterinárias e nos clubes de raças, facilmente disponíveis via internet. 

 A que idade escolher?

O mais comum é escolher um cachorro que tenha entre 9 a 15 semanas de idade, que corresponde ao período de máxima receptividade ao estabelecimento de uma relação com o ser humano.
Mas é igualmente bom e considerado socialmente mais dignificante escolher um cão que tenha mais idade. Com cães mais velhos, terá de ter-se mais cuidado e paciência, pois estes já podem ter determinados traumas e comportamentos desadequados que pode fazer com que demorem mais tempo a adaptarem-se. Tal como nos seres humanos, com a idade o animal vai precisar de mais carinho, atenção, paciência e cuidados médicos. Portanto, é importante escolher o cão adequado em função das nossas condições.


Se pretende um cachorro, e tirando situações excepcionais, como o caso de animais abandonados ou de recém-nascidos órfãos, ele deve sair de junto da mãe e da ninhada por volta dos 3 meses de idade. É importante aguardar até essa altura para que o cachorro possa passar o período de sociabilização com a mãe e irmãos - período essencial para a modelação de todo o comportamento futuro do cão (aprendizagem da chamada “etiqueta canina”). Este período é bastante enriquecedor para o cachorro, porque irá aprender toda a comunicação intra-espécie (sobre alimentação, território, sexualidade), a organização hierárquica (com posturas de dominância e submissão) e o controlo da mordedura (com mãe e irmãos).
Os 3 meses de idade coincidem também com a altura do chamado “período de distanciamento” – período natural no qual há um afastamento progressivo entre cachorros e progenitora. A cadela começa a exibir uma diminuição da tolerância e das manifestações de afecto para com as crias e aumenta o comportamento exploratório das crias com o meio ambiente que as rodeia.

Qual o cachorro a escolher dentro de uma ninhada?

Sempre que o cachorro não for recolhido da rua ou o último do grupo, a escolha deve ser realizada com base na avaliação do seu carácter.
A avaliação do carácter do cachorro deve ser feita num ambiente calmo e com poucos estímulos e os potenciais candidatos avaliados individualmente. O futuro dono deverá deixar que seja o cachorro a iniciar a primeira forma de contacto e, se tal não acontecer, deverá agachar-se no chão, chamar o animal e ver se este se aproxima. Depois de iniciada a interacção, deverá brincar com ele com objectos a que ele esteja habituado e, sentido o animal mais á vontade, poderá então acarinha-lo. Finalmente deve manipulá-lo com movimentos como levantá-lo do chão ou colocar a barriga dele virada para cima. Animais com temperamentos extremos, como sejam a timidez e/ou medo ou de desafio e/ou agressividade não deverão ser a primeira escolha para um animal de companhia.
Sempre que possível deve também observar o comportamento dos progenitores, dado que o comportamento apresenta uma grande base genética. O temperamento dos progenitores vai condicionar o dos seus descendentes.
Poderá ver a mãe ligeiramente magra mas esta deverá estar feliz e com aspecto saudável. O cachorro também deverá ter um aspecto saudável, não apresentar cheiro desagradável, ter os olhos e as orelhas limpas e deve estar alerta, ser brincalhão com os irmãos e com os seres humanos.
Além disso, também é importante verificar se o cachorro tem a respectiva documentação: boletim de vacinas e certidão de nascimento. Estes documentos servem de garantia respectivamente quanto ao estado de saúde e antecedentes do cão.

Depois de adquirir o cachorro deve consultar o médico veterinário a fim de confirmar o estado de saúde do mais recente membro da sua família.



Artigo realizado por Sandra Oliveira – médica veterinária (CP 4910)

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